segunda-feira, 26 de novembro de 2012

UM POUCO DE HISTÓRIA








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A HISTORIA DO LIRISMO DOS BLOCOS




Na final da segunda metade do século XIX, o carnaval do Recife promovido nos salões, pelas sociedades recreativas, com seus saraus dançantes, bale de mascaras e concursos de fantasias; nas ruas, a organização ficava por conta das comissões de moradores, que se encarregavam da animação junto com os clubes pedestres, maracatus, caboclinhos, bumba-meu-boi, grupo de mascarados, cabendo a parte musical ao repertorio das bandas de musicas civis e militares ocupando coretos.

Na década de trinta apareceram na forma conhecida OS BLOCOS CARNAVALESCOS, acrescentando o mosaico folclórico do carnaval, mais um gênero musical: A MARCHA-DE-BLOCO. Com uma introdução vibrante bem a moda das jornadas dos pastoris e presepes, seguindo de um acompanhamento de um coro de vozes femininas..

O bloco carnavalesco veio proporcionar condições ao elemento feminino de participar do carnaval de rua, protegido da mistura formado geralmente de moças e senhoras da chamada pequena burguesia, que não, podendo participar dos bailes de clubes (então privilegio das elites), saiam às ruas protegidas por um cordão de isolamento separando da multidão, sobe severa vigilância de pais, maridos, irmãos, noivos, genros e amigos.

Como na jornada do presepis, o elemento feminino formava o coral do bloco, enquanto os homens encarregava das orquestras, típicos dos saraus e serenatas, com violões, violinos, violas, cavaquinhos, bandolins, banjos, flautas, clarinetas, gaita de boca, saquesofone, bombardinos, pandeiros, ganzá, surdo, caixa (taró). Assim veio a ser chamado popularmente de ORQUESTRA DE PAU E CORDA. Vinham às ruas trajando as mesmas fantasias por vezes vestidos e camisas estampadas de um mesmo tecido, chapéu de palha para homens e flores na cabeça para mulheres, tendo na abertura um artístico cartaz, em forma de grande leque aberto, chamado de FLABELO, onde aparece vazado o nome da agremiação. O passo rasgado, como registrado nos cordões de clubes e troças não era permitido mas tão somente uma evolução bem característica as apresentações dos cordões azul e encarnado, nos tablados dos pastoris.

Ontem, como hoje, o bloco carnavalesco misto, foi a formula que caiu no gosto da classe media e veio criar um gênero típico de frevo, por alguns chamados de FREVO DE BLOCO e por outros MARCHA DE BLOCO, responsável pela maior parte da poesia do nosso carnaval, capaz de despertar a exclamação do poeta Ascenso Ferreira:

Que imensa poesia dos blocos!”

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